Criação

    Muitos aquaristas levam a criação de lebistes a um nível tão sério e em tão grande escala que fazem do hobby fonte de rendas. E não é pra menos: esses peixes são bastante ativos, desenvolvem-se bem em aquários pequenos, estão sujeitos a poucas doenças e, principalmente, reproduzem-se com enorme facilidade. A espécie é muito frágil e os cruzamentos são constantes. Como se não bastasse, o lebiste é um dos peixes de aquário mais populares e um dos mais procurados pelos aquaristas.

    Originários das águas doces de Trinidad, Barbados e países do norte da América do Sul, a espécie foi disseminada pelos EUA, Ásia, África e Europa. É encontrada na natureza geralmente em águas com pouco movimento ou então estagnadas, desde que densa vegetação. Nestes locais os lebistes são verdadeiros devoradores de larvas de insetos e em alguns países de Ásia são usados para controlar a proliferação de mosquitos transmissores da malária e outras doenças. Mas não é só aí que o lebiste é útil. Ele é muito usado nos laboratórios em experiências genéticas com as diferentes linhagens e também no estudo do comportamento para procriação.

   A escolha da espécie para esses estudos é feita em função da facilidade com que se reproduzem, o que acabou por estimular não só os aquaristas mas também os geneticistas a fazerem cruzamentos com exemplares de diferentes linhagens, obtendo-se assim novas variações na coloração, no formato e tamanho das nadadeiras (inteiramente diferentes da forma selvagem) resultando em peixes com cauda de grande tamanho (maior que o corpo) e ainda diversas variedades, como o espada, o pavão, o cauda-de-leque, o tesoura e o cauda-de-alfinete.

   De diferentes formas e tamanhos, tanto no corpo como nas nadadeiras dorsal e anal, os machos podem apresentar todas as cores do arco-íris. Porém, uma característica é sempre constante entre os selvagens: por mais que você tente, nunca encontrará exemplares idênticos. Semelhantes talvez, iguais nunca. Já as fêmeas são mais uniformes e modestas. Sua coloração raramente se distancia do tom verde-oliva, com as nadadeiras ligeiramente amareladas. Nos machos e fêmeas, a borda das escamas tem um tom mais escuro que o restante do corpo e no conjunto dão a impressão de uma rede. Daí a origem de seu nome científico, Poecilia reticulada (reticulada=rede).

   A criação e procriação da espécie da família Poeciliidae, é levada com tanto afinco pelos aficionados da espécie que nos EUA e Europa são realizadas exposições, onde são definidos padrões oficiais para caracterizar cada variedade. O sucesso da reprodução dos lebistes está em se fazer cruzamentos selecionados, obtendo-se deste modo uma enorme variedade de caudas e cores. Porém, para que isso seja alcançado, será necessário em certo critério na seleção dos espécimes para os cruzamentos, a fim de se produzir linhagens cada vez mais exóticas e puras. Essa perfeita seleção é, portanto, a fórmula básica para se conseguir lindo peixinhos. Aquaristas mais experientes dedicam-se à procriação dos lebistes para tentar criar sua própria variedade.