Como Reproduzir meus Bettas II


<50cm, até menos>

   Os bettas, assim como a maioria dos anabantídeos, podem ser facilmente reproduzidos em cativeiro, usando-se um aquário de aproximadamente 30 litros (com água pela metade), plantado com um tufo de samambaia - d'água ou cabomba, sem pedras ou cascalhos e com temperatura em 28ºC. Nele será colocado um casal de bettas, onde o macho dará início ao "namoro", perseguindo sua companheira por todo local (pode ocorrer do macho não mostrar interesse ou rejeitar a sua pretendente e agredi-la; esta procurará refúgio entre as plantas e o aquarista então deverá substituí-la por outra ou tentar reapresentá-la ao macho alguns dias depois).

   A característica "corte nupcial" irá durar cerca de 4 dias, quando então você deve separar o casal no próprio aquário. Para fazer isso, use uma placa de vidro dividindo o ambiente (cada um ficará de um  lado), ou então, coloque a fêmea num pote de vidro dentro do aquário, isolando-a do macho. Mantenha o aquário tampado para aumentar a umidade relativa do ar, deixando apenas uma pequena fresta de cada lado. Para a reprodução, a fêmea não pode ser maior que o macho e deve estar "barrigudinha", com o ovopositor à vista.

   A imagem da fêmea do outro lado do vidro excitará o macho que, estimulado, dará início à construção do ninho de bolhas (24 horas após a separação já é possível perceber uma espessa massa de bolhas na superfície). A  fêmea estará pronta para a desova quando, além do ventre inchado, apresentar também listras verticais em tom contraste à da coloração de seu corpo.

   Estando ambos preparados, junte novamente o casal e o macho imediatamente começará seu ritual, conduzindo a fêmea para perto do ninho, envolvendo-a  num "abraço" e apertando-a suavemente, fazendo com que os óvulos sejam expelidos e ao mesmo tempo fecundando-os. A cada expulsão (poucos óvulos no começo, e depois mais de 20), a fêmea fica imóvel na superfície próxima ao ninho e o macho nada atrás dos ovos. Ele os recolhe um por um, antes que atinjam o fundo do aquário, colocando-os então entre as bolhas do ninho. Feito isso, voltam aos abraços (por instinto os peixes sabem que se os ovos tombarem no fundo do aquário eles não germinarão, devido ao baixo teor de oxigênio encontrado no fundo). Essa operação dura cerca de um dia e se estende até quando a fêmea já não tiver mais óvulos para expelir. Cada desova atinge em média de 200 a 700 ovos, dependendo da fêmea, sendo que apenas 50% eclodem e destes só 9% chegam à idade adulta.

   Terminada a desova (percebida pela magreza da fêmea e mudança da coloração do ninho de bolhas  - de transparente para leitosa), a fêmea será retirada do aquário, pois quando o macho percebe que ela não mais desova passará agredi-la (no caso de algum ferimento, ela deverá ser tratada num aquário com água levemente salgada). Metade da água do aquário de reprodução será sifonada, a fim de evitar uma maior pressão d'água quando os alevinos eclodirem. O macho ficará então encarregado da "vigilância" até a eclosão, que se dá cerca de 24 a 48 horas após a desova. Os recém-nascidos ficarão em posição vertical e imóveis nos 4 primeiros dias de vida e assim que começarem a nadar na horizontal, retire o macho do aquário.